O UNIVERSO, AS DESCOBERTAS e as mulheres.

Em cartaz

Por CAROLINE ARAÚJO

30 anos separavam Ridley Scott do gênero fílmico que o consagrou ao mundo. Nada mais imersivo nessa atmosfera tensa, saudosistas e nostálgica da INtensa carga de  terror – ficção cientifica, que um novo projeto; um preludio de uma das obras primas do gênero. “Prometheus” (2012) que acaba de estrear nos cinemas nacionais veio com uma campanha publicitária agressiva. O Trailer era fantástico, diga-se de passagem.

 O personagem de Ellen Ripley, imortalizado por Sigourney Weaver em “Aliens – o Oitavo Passageiro”, dá lugar a duas novas mulheres.  A pesquisadora Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e a calculista Meredith Vickers (Charlize Theron). Antagônicas em suas crenças e construções. Mas um belo recorte da construção de Ridley, em colocar mulheres de pulso forte a frente de suas narrativas.

Contudo nem Noomi ou Charlize encontram o naipe ideal, o que acaba por engrossar uma papinha bem rala que o espectador começa a ter que engolir. Apesar de ter uma abertura belíssima, com cenas macros incríveis em uma fotografia precisa, após a introdução tudo parece que corre para um derradeiro fim como se fosse uma locomotiva desgovernada (não precisava ser tão obvio). Diálogos TOTALMENTE inverossímeis.

Personagens tão marcados como se fossem um ALVO que até fica sem graça desvelar a trama. Não tem tensão alguma, medo algum, pois tudo é tão previsível e a tentativa de responder perguntas, dar medo no espectador, provocar uma explosão de imagens belas, tudo ao mesmo tempo acaba causando uma confusão ótica e narrativa estrondosa.

Além de que, a volta de H.R Ginger, o famoso criador do design original de Alien, acabou  trazendo um novo carregamento de bichos fálicos, viscosos, gosmentos que entram pela goela abaixo das pessoas e saem por outros orifícios o que é totalmente disgusting! Sem falar na forma rasa na qual Fé, Darwinismo e Vida extra terra são abordados.

Para um filme cuja homenagem ao escritor Erich von Däniken  foi citada pelo próprio diretor, era de se esperar não um milagre de uma obra prima do gênero, mas sim algo com um pouco mais de coerência, menos megalomania e um pouco mais de ousadia.

Não tem como não dizer que é uma produção bem feita. A engenharia sonora, os efeitos visuais, a fotografia e a direção de arte são sim partes fortes. Contudo, a falha de continuidade, somado a um roteiro um tanto chumbrega, e uma atuação nem um pouco convincente da quase totalidade do elenco, levam “Prometheus” a ser um mega fiasco lançador de gosmas alienígenas. Michael Fassbender é uma lufada de frescor com seu robô. Uma das poucas coisas que realmente valem na película.

Metáforas femininas a parte, protagonistas que não convencem nem como comissão de frente, “Prometheus” é um belo espetáculo de imagens sem caldo, que vale a pena assistir uma vez e basta e com a clareza de não esperar nada além de 2 horas de imagens. Ai que saudade de Blade Runner