Estreia
Por CAROLINE ARAÚJO
Sem duvida nenhuma o cineasta Tim Burton construiu umas das assinaturas cinematográficas mais pontuais existentes. É impossível, ao assistir um de seus filmes, não saber que É DELE. A atmosfera “burtoniana” se expande em todos os setores, o que acarreta na solidez das histórias que busca contar. Não que, ele faça obras primas a torto e a direito, claro que não. Tim erra. Obvio. Mas mesmo quando erra, ele consegue virar o leme, e ainda sim, vendo para atracar em algum porto.
“Dark Shadows – Sombras da Noite”(2012) seu mais recente trabalho que chega aos cinemas é uma adaptação de um seriado americano dos anos 60, cuja estética gótica é muito próxima da estética construída por Burton. Estrelado pelo parceiro mais fiel, Johnny Depp, são 8 projetos já realizados da dupla; “Dark Shadows” é um misto de tudo que o cineasta tem de positivo e de negativo, devo confessar, em um novelo de situações cômicas, mas até certo ponto desconexas, que poderiam ser mais coesas e diretas, mas se arrastam sem necessidade obvia.
Contudo, o projeto funciona, principalmente devido à escolha precisa da palheta de cores utilizadas na composição visual, talvez seja um ou O Ponto mais forte do filme. Rick Heinrichs, outro braço de Burton em seus projetos, foi feliz, muito feliz na construção visual que explode sutilmente na tela.
Direção de arte, Figurino e maquiagem, e porque não, o vermelho falso do sangue que escorre a todo instante. Não se esta tentando fazer algo surreal ser NATURAL. Pelo contrário. A surrealidade é bem pontuada a todo instante. E ai a fotografia executada por Bruno Delbonnel intensifica isso ao máximo.
O problema a meu ver, é que o roteiro esta um tanto confuso, e se enfraquece, principalmente porque, quem não tem um feedback da série da ABC, vai boiar em boa parte da narrativa. Erro comum em adaptações como essa. Daqui a uns anos, creio que será como “deu a louca nos monstros”, um sucesso de sessão da tarde, pois mesmo com a ineficácia narrativa, faz rir, gargalhar. E olha que está classificado como terror.
Johnny, não esta brilhante, mas também não deixa sua peteca cair. Carismático e extremamente a vontade no papel do vampirinho do bem, ele imprimi personalidade a Barnabas Collins. Agora, Eva Green, literalmente leva no peito a sua atuação. Ótima, personifica a insanidade platônica da bruxa Angelique de maneira firme e intensa, rendendo ótimos momentos.
Michelle Pfeiffer, figura como uma coadjuvante de peso, poderia perfeitamente ter sido outra atriz escalada. E Claro, a musa do diretor Helena Bonham Carter, mesmo com um cabelo a lá “Fantástica Fabrica de chocolates”, se faz presente, mas não marca terreno como em outras produções.
Vale um balde de pipocas grandes com refrigerante! Boa sessão. #=)